Atividade fez parte do “Maio Laranja” e reuniu profissionais da Assistência Social e de outras áreas no auditório da Prefeitura de Mesquita
A Prefeitura de Mesquita promoveu, na tarde desta quinta-feira, 15 de maio, um workshop especial voltado à conscientização sobre o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A atividade aconteceu no auditório Zelito Viana, na sede da prefeitura, e integrou a programação da campanha “Maio Laranja”, que reforça a importância do combate a essas violências. A iniciativa de combate à pedofilia foi organizada pela Subsecretaria Municipal de Assistência Social, por meio do setor de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social SUAS), com a participação dos profissionais da pasta e de representantes da Saúde, Educação, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselho Tutelar.
Intitulado “Nota Zero para o Abuso”, o workshop foi ministrado pela embaixadora no combate à violência sexual infantil, escritora, educadora e palestrante Maura de Oliveira. Sobrevivente de abusos na infância e adolescência, Maura transformou sua história em força para atuar na prevenção e na educação da sociedade. Ela dá nome à Lei Estadual 9.234/21, que trata do combate à pedofilia e à exploração sexual infantil, além de ser idealizadora do Instituto Anjos, que trabalha com acolhimento, informação e mobilização sobre o tema. Também participaram da atividade os policiais civis Emerson Brant, especialista em casos de Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, e Carlos Olyntho, que é psicólogo especialista em Depoimento de Crianças e Adolescentes.
“O abusador é alguém que consegue manipular os adultos para se aproximar das crianças. E é muito difícil para uma criança conseguir falar sobre isso. A dor, o sentimento de culpa, de medo e de vergonha não permitem. Por isso, é tão importante que cada um de nós compreenda o nosso papel na proteção das crianças”, alertou Maura.

A ativista destacou ainda a origem do 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, data que remete ao brutal assassinato da menina Araceli, em 1973, no Espírito Santo. “O 18 de maio é um marco, mas o agressor está na vida das crianças todos os dias. A tragédia da Araceli não pode ser esquecida, mas o mais grave é que, mais de 50 anos depois, ainda temos meninas e meninos sendo estuprados e assassinados de forma cruel. Precisamos transformar esse dia em um despertar. Sem conhecimento, não há consciência. E sem consciência, não há mudança. Amar é verbo de ação. Não basta dizermos que amamos as crianças. É preciso proteger. É preciso agir”, reforçou Maura.
Subsecretária municipal de Assistência Social, Érika Rangel também falou sobre o compromisso da gestão com a pauta. “Nosso trabalho precisa alcançar a casa dessas crianças. Seja por meio das escolas, seja nas visitas e acompanhamentos dos nossos equipamentos, nosso objetivo é garantir que elas cresçam em segurança. O que menos queremos é ver crianças indo para os abrigos. Nosso dever é proteger, orientar e mudar, de fato, a realidade das famílias”, afirmou.