Abordagem em alusão ao Setembro Amarelo, mês de prevenção do suicídio, foi realizada na Sala de Leitura Carolina Maria de Jesus
Na tarde da última terça-feira, dia 24 de setembro, a Sala de Leitura Carolina Maria de Jesus, no Fórum de Mesquita, foi palco de uma roda de conversa com a temática do Setembro Amarelo. Conduzida pela psicóloga do Núcleo de Atendimento de Medidas (NAM), Maria de Lourdes, a atividade serviu para chamar a atenção para a importância de falar e promover ações sobre saúde mental e de prevenção ao suicídio, assuntos essenciais na sociedade de hoje.
Um dos pontos tratados foi sobre a sensibilidade ao observar as pessoas ao redor, a fim de identificar possíveis sinais de depressão nelas. “É importante perceber no grupo de amigos, colegas de trabalho, família e até mesmo em si esses detalhes. Se há palpitações ou angústia, alterações no ânimo, se a pessoa não gosta de sair de casa, preferindo ficar sozinha a estar socializando. Podemos agir, orientando e oferecendo ajuda. Isso é algo que deve fazer parte dos nossos objetivos durante o ano todo. Porém, neste mês, a campanha se torna muito mais significativa entre nós”, pontua Maria de Lourdes. Com isso, foi aberto um espaço para que participantes pudessem compartilhar histórias e vivências, incluindo tirar dúvidas.
Além disso, a ocasião abriu espaço para o evento “Vivendo e Escrevendo”, caracterizado por uma sessão de autógrafos com a escritora e também psicóloga Débora Bonfim, pelos livros “Pretas de Elite” e “Parideira de Letras”. Em suas obras, Bonfim trabalha bastante a questão racial e o emocional da população preta que vive nas periferias do Rio de Janeiro. “No início, meu foco era no público plus size. Mas entendi que a diversidade se dá com a própria diversidade. Então, comecei a unir as mulheres magras, gordas, com deficiência, jovens e idosas, cada uma entendendo o que é ser mulher. E esse projeto veio para trazer um pouco de conforto e novas possibilidades para elas”, comenta a escritora.

Responsável pelo NAM, Rosana Santiago frisa a necessidade de quebrar tabus ao retratar temas como ansiedade, depressão e preconceito, além de valorizar os autores da própria Baixada Fluminense. “Falar sobre saúde mental é fundamental, principalmente na sociedade de hoje, onde existe muita informação. E quando falamos nisso, falamos em bem-estar social. Quando uma mulher enfrenta esses problemas, ela perde um pouco da qualidade de vida. Além disso, também temos uma riqueza cultural enorme por aqui, com autores de sucesso, que precisam de visibilidade. Então, unimos um propósito ao outro, uma vez que a Débora também é psicóloga e tem um trabalho voltado à autoestima feminina”, diz. No final, o evento teve ainda uma apresentação artística da cantora, compositora e produtora cultural, Lari Agnello, que alegrou a tarde com os versos de várias canções.
